Falando mal da Igreja

Guilherme Ávilla Gimenez
Publicado em 13.11.2012 no site http://www.institutojetro.com (http://www.institutojetro.com/Artigos/lideranca_pastoral/falando_mal_da_igreja.html)
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Outro dia, estava na fila do caixa em um supermercado e, inevitavelmente, ouvi a conversa de um casal à minha frente. Eles falavam mal de sua igreja. Por certo queriam que todos ouvissem as críticas que faziam, pois o volume da voz era alto. Estavam chateados com alguma coisa que havia acontecido no domingo e dispararam os comentários mais maldosos sobre irmãos, pastor, liderança, e por aí vai.
O funcionário que estava no caixa entrou na conversa e acabou criticando também.
Quando chegou a minha vez, este mesmo funcionário fez uma piada acerca de igreja achando que eu fosse rir. Em vez disso, conversei por um ou dois minutos sobre a importância da igreja e o amor de Jesus por todos nós. Saí do mercado com aquela cena em minha mente. Fiquei pensando o que leva uma pessoa a expor publicamente sua própria igreja, tornando-a alvo de chacota e ridicularização pública.
Pensei: “Se eles falam mal da igreja até para desconhecidos, imagine o que falam dentro de seu próprio lar”. Com tristeza, cheguei à seguinte conclusão: o amor pela igreja de Cristo está acabando!
Quando os próprios membros da igreja são portadores de uma voz negativa e a expõem dessa forma é sinal de que não sentem mais nada por ela e a tratam como qualquer coisa menos como a “noiva de Cristo”. Falar mal da igreja é como falar mal de si mesmo, afinal, nós somos a igreja. Somos membros do mesmo corpo, somos a família de Deus. Por um erro eclesiológico olhamos a igreja como se ela fosse uma realidade à parte de nós mesmos, como se existisse sem nós.
Somos a Igreja
 
maledicencia3Esse erro faz com que as pessoas perguntem: “que igreja você frequenta?” Nós não frequentamos ou somos membros de uma igreja, nós somos a igreja! A Igreja não é um lugar aonde nós vamos, mas sim é a comunidade da qual fazemos parte desde o momento quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.
“É fácil ser rude com a Igreja e é fácil encontrar suas falhas, mas quando você se torna cristão, você é a igreja” (Charles Conson em being the Body). Falar mal da igreja tem sido uma prática comum em todos os lugares e de variadas formas. Acaba um culto, e, nos corredores, as pessoas estão falando mal da igreja.
No FACEBOOK, muitos postam comentários falando mal da igreja. Nos programas televisivos, muitos ridicularizam a igreja e aproveitam entrevistas com cristãos para o conteúdo de suas piadas. Livros inteiros são publicados falando mal da igreja.
Minha pergunta é: qual o objetivo disso? Em minha opinião, alguém que fala mal da igreja publicamente se assemelha a um homem que chega em plena praça pública e fala mal de si mesmo, expondo suas fraquezas e dificuldades. Ou ainda a uma mulher que escreve nas redes sociais acerca de suas frustrações e problemas pessoais.
Qual seria o objetivo de uma pessoa fazer tais coisas? Com certeza não é ajudar e nem resolver uma questão, mas apenas expor suas fraquezas e torná-las públicas. E, ao fazer isso, ela corre o sério risco de se tornar alvo de gozação, ridicularização e escárnio.
Psicólogos, conselheiros, mentores e outros profissionais que são procurados para prestar ajuda, sempre atendem as pessoas dentro de um ambiente seguro e com as portas fechadas. Nesse ambiente, eles podem ouvir as mágoas, tristezas e problemas que lhe são trazidos com sinceridade e coração quebrantado.
Acredito que isso vale para os membros da igreja. Insatisfação ou qualquer outra manifestação de descontentamento devem ser tratados e expostos em um ambiente próprio, seguro, e não publicamente.
 
Amando mais a Igreja
maledicencia1A fila do caixa não é o melhor lugar para falar mal da noiva de Cristo. Aliás, nenhum lugar é bom para isso. Falar mal não deveria ser uma prática cristã. Podemos avaliar, conversar a respeito e até mesmo discutir um tema, mas sair falando mal, destruindo com palavras aquilo que é alvo do amor de Jesus.  – Sua igreja – isso nunca deveria acontecer.
Deveríamos amar mais a igreja, pois, ao fazermos isso, muitas coisas que se tornam conteúdo de nossas críticas simplesmente desapareceriam. Se tornariam desnecessárias.
A Bíblia diz em 1Pedro 4.8 – “Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados” (NVI). Em outra versão, aparece a expressão “o amor cobre uma multidão de pecados” (ARC). Quem ama protege em vez de expor. É o que diz o texto!
Quando amamos a igreja, nós perdoamos as falhas dos irmãos e lembramos que nós também falhamos. Olhamos para os outros membros do corpo de Cristo com um olhar perdoador e não com ódio ou mágoa. O amor protege através do perdão e da reconciliação.
Quem mais gosta dos comentários maldosos sobre a igreja é o diabo, que faz de tudo para incentivar os próprios cristãos a falarem mal da igreja.
 
A noiva  
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Eu não falo mal da igreja. Isso é um princípio que tenho e pretendo levá-lo adiante até o dia quando participarei da igreja celestial. Na fila do caixa ou em postagem do FACEBOOK, não me verão falando mal da igreja. Se me perguntarem se já me entristeci com algum membro da igreja, minha resposta será afirmativa e virá acompanhada da plena consciência de que já devo ter entristecido alguém também.
Já passei por lutas na igreja e, por certo, ainda passarei, mas se Jesus Cristo, que é santo e perfeito, ama a igreja, eu, que sou imperfeito e pecador, não poderei amá-la? Se Jesus morreu pela igreja é sinal de que ela é muito importante e eu, como membro da igreja, devo me sentir privilegiado e feliz por fazer parte disso. Uma imagem que me ajuda muito a não falar mal da igreja é a linda cena do noivo e noiva de braços dados no corredor.
Que coisa linda! Imaginar que Jesus Cristo é o noivo da igreja me traz um alívio enorme ao coração. É Ele quem dignifica a igreja, a exalta e a reconhece como valorosa. E, sendo um membro da igreja, só posso agradecer a Ele por me dar essa honra que me faz perdoar meus irmãos e seguir firme, perdoando e preservando a beleza da igreja.

 

Author

Sou alguém que não se descreve em poucas palavras. Mas, fique tranquilo! Sou um cara legal... Sou Empreendedor, CEO da TechnoEasy, esposo, pai e servo de Cristo. Tenho a missão de entregar soluções digitais para empresas e pessoas alcançarem o potencial máximo de seus propósitos. Mas, sempre entendo que precisamos encontrar o verdadeiro propósito de nossas vidas em Cristo. Interessado em Tecnologia, Inovação, Empreendedorismo, Marketing, Teologia, Filosofia, Literatura e boas conversas com pessoas interessantes.

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