Como Lidar com a Dor que mais Estragos Provoca?
Por Rick Warren
Se vivemos ou trabalhamos com pessoas, há sempre muitas probabilidades de surgirem mágoas, feridas, maus tratos, incompreensões ou mal-entendidos, por variadas razões e nas mais diversas ocasiões. Os vizinhos, os clientes, os colegas de trabalho poderão tratar-nos mal ou até ofenderem-nos. A concorrência poderá mentir a nosso respeito. Os sócios talvez usem de traição, os chefes não irão valorizar-nos com justiça, etc., etc..
Às vezes somos maltratados intencionalmente e outras vezes sem querer. Mas isso não tem qualquer importância: a dor causada é sempre igual! A reação natural às questões dolorosas é ficar ressentido. O ressentimento é ficar agarrado à dor. Em vez de deixá-la passar, nós a revivemos relembrando a ofensa ou a mágoa, vez após vez. Isso faz com que estas apenas se intensifiquem e, a cada lembrança, elas parecem crescer e tornar-se mais injustas.
A Bíblia afirma que o ressentimento causa ruína pelos motivos seguintes:
É irracional. Abrigar ressentimento não muda o passado nem corrige o problema, mas leva-nos a agir duma forma muito tola. “Morrem frustrados e desamparados, vencidos pela sua própria revolta” (Job 5:2).
É inútil. O ressentimento fere-nos mais a nós do que a quem nos feriu. Sentimo-nos miseráveis enquanto ele nem sequer se sente afetado! “Só porque rasgas a roupa com zanga, irá isso fazer com que as rochas se movam…?” (Job 18:4).
É doentio. Os médicos dizem que o ressentimento não é saudável e pode literalmente envenenar-nos. “… destrói os que vivem bem, no meio das riquezas… mas também aniquila os que vivem na amargura e na miséria…” (Job 21:23-25).
Se tudo isto for verdadeiro, então quero fazer uma pergunta importante: Como devemos lidar com as mágoas, os ressentimentos, as ofensas, os maus tratos, feridas…?
1. Expressemos claramente a nossa dor. É importante admitir que estamos magoados com alguém em quem confiamos e falar com Deus acerca da nossa dor. Não reprimir a dor, mas confessá-la! Se engolirmos a ira, o nosso estômago vai dar sinal de alarme. Costumo dizer frequentemente que revelar os nossos sentimentos é o princípio da verdadeira cura.
2. Libertemos genuinamente quem provocou a dor. A nossa própria paz de espírito depende muito dum simples deixar ir e perdoar. Enquanto não perdoarmos a quem nos magoou, quer peçam desculpa ou não, nunca deixaremos de sofrer. Lembremo-nos do quanto Deus nos tem perdoado e confiemos n’Ele para acertar todas as coisas que aconteceram e/ou ainda estão pendentes.
3. Concentremo-nos no verdadeiro sentido da nossa vida. Enquanto nos concentrarmos em alguém que odiamos, estamos a permitir que ele ou ela nos controle. Quando dizemos que estamos furiosos com alguém, estamos a admitir que essa pessoa tem o controlo das nossas emoções. Não resistamos apenas ao ressentimento; é preciso substituí-lo por outros pensamentos.
Lembre-se sempre desta verdade simples: “Só é possível ter um pensamento de cada vez e, cada um de nós, é totalmente responsável por ele!”
Texto da autoria de Rick Warren, escritor e conferencista, autor do best-seller “The Purpose-Drive Life” (Uma Vida Com Propósitos), traduzido em várias línguas. Usado com a devida permissão. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação por Heike Gomes.