Rodolfo Garcia Montosa
“Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”. Salmos 27.10
Podemos passar por momentos em nossas vidas quando nos sentimos desamparados. Sentimo-nosabandonados, largados, afastados, deixados de lado. Que digam os órfãos, viúvas, prisioneiros e estrangeiros o tamanho dessa dor. Por outro lado, essa sensação pode ter nascido do desamparo da Justiça, da Igreja ou de outra instituição. Seja lá de onde veio, parece que nos falta auxílio e socorro e que ninguém mais se importa, nem se interessa pelas nossas lutas, dilemas, problemas. A sensação é de estarmos desprotegidos, inseguros, expostos. Perdemos apoio, sustento, arrimo. O que fazer nesses momentos? O que podemos esperar de Deus? O que devemos ter em mente nessas circunstâncias?
Pra começar, é bom lembrar que o Senhor se compadece do desamparado, pois ele mesmo sentiu o peso do desemparo quando, na cruz, clamou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15.34). Podemos nos achegar confiadamente a ele (Hebreus 4.15-16), pois o Senhor atende à oração do desamparado e não lhe desdenha as preces (Salmos 102.17). Sabendo que Deus é sensível, a Bíblia nos ensina a clamar a ele: “Não me escondas, Senhor, a tua face, não rejeites com ira o teu servo; tu és o meu auxílio, não me recuses, nem me desampares, ó Deus da minha salvação” (Salmos 27.9); “Não me desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim” (Salmos 38.21); “não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares” (Salmos 71.9,18 – leia também: Salmos 119.8; 138.8; 141.8).
Também é bom lembrar que o Senhor prometeu nunca nos desamparar: “Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo, porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo” (1 Samuel 12.22 – leia também: Deuteronômio 4.31; 31.6, 8; Josué 1.5; 1 Reis 6.13; Salmos 9.10; 10.14; 37.28; 94.14; Isaías 41.17; 42.16). Mesmo quando estamos em rebeldia, podemos esperar a misericórdia do Senhor, como está escrito:”Recusaram ouvir-te e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste; endureceram a sua cerviz e na sua rebelião levantaram um chefe, com o propósito de voltarem para a sua servidão no Egito. Porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em bondade, tu não os desamparaste” (Neemias 9.17).
Por fim, é bom lembrar que o Senhor sempre amparou seu povo. Não foi só uma promessa, mas a história comprova sua fidelidade. Seu caráter não muda. O que fez no passado, continuará fazendo. Servos do Senhor experimentaram situações extremas e não se sentiram desamparados, ao contrário, declararam palavras libertadoras. Declarou um pai para um filho: “Sê forte e corajoso e faze a obra; não temas, nem te desanimes, porque o Senhor Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem tedesamparará” (1 Crônicas 28.20). Declarou o rei à nação: “O Senhor, nosso Deus, seja conosco, assim como foi com nossos pais; não nos desampare e não nos deixe” (1 Reis 8.57).
Declarou o sacerdote ao povo: “porque somos servos, porém, na nossa servidão, não nos desamparouo nosso Deus; antes, estendeu sobre nós a sua misericórdia, e achamos favor perante os reis da Pérsia, para nos reviver, para levantar a casa do nosso Deus, para restaurar as suas ruínas e para que nos desse um muro de segurança em Judá e em Jerusalém” (Esdras 9.9). Declarou o salmista ao ouvinte: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Salmos 37.25). Declarou o profeta a Jerusalém: “Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra, Desposada; porque o Senhor se delicia em ti; e a tua terra se desposará” (Isaías 62.4). Declarou o apóstolo à igreja: “perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos” (2 Coríntios 4.9).
Vamos, pois, também declarar nas situações extremas da vida: “se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá” (Salmos 27.10).
FONTE:
URL: http://www.institutojetro.com/Artigos/reflexao/palavra_de_animo_ao_desamparado.html
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Título do artigo: Palavra de Ânimo ao desamparado
Autor: Rodolfo Garcia Montosa