Que é o homem, para que com ele te importes? (Sl 8.4)
Quando olhamos para fora de nós, para muito longe, para os céus, descobrimos que somos pequenos demais. Pois o lugar onde habitamos não passa de um diminuto planeta que integra o sistema solar, que, por sua vez, é apenas uma parte minúscula de uma galáxia chamada Via Láctea, composta de mais de 100 bilhões de estrelas. O espanto será muito maior se nos lembrarmos de que existem 100 bilhões de galáxias (mais de 15 para cada terráqueo), além dos distantes e brilhantes quasares.
Quando olhamos para dentro de nós, para bem perto, para as entranhas, descobrimos que somos miseráveis demais. Pois o pecado habita lá dentro, está encostado a nós e nos faz seus prisioneiros (Rm 7.14-23). O espanto será maior se nos lembrarmos daquela passagem que diz sem rodeios que o nosso interior “está cheio de maldade e de loucura durante toda a vida” (Ec 9.3). Ao examinar-se seriamente, C.S. Lewis encontrou algo que o assustou: “Um bestiário de luxúrias, um hospício de emoções, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados”.
Quando olhamos para o Agnus Dei, o Cordeiro de Deus, o Cordeiro que desceu do céu, o Cordeiro feito gente, o Cordeiro que foi levado ao matadouro, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, o Cordeiro que removeu a pedra da entrada do sepulcro e dele se levantou, o Cordeiro que subiu ao céu e desemperrou a história ao abrir o livro selado com sete selos — então encontramos alguém que se importa verdadeira e objetivamente por nós e perdemos todo resíduo de inferioridade e de superioridade. Apesar de nossa pequenez frente à majestade do universo e ao “bestiário de luxúrias”, entendemos que a graça nos fez herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, o Agnus Dei!
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Título do artigo: Olhando para os céus, para as entranhas e para o Agnus Dei
Autor: Elben M. Lenz César